domingo, 29 de março de 2009

FILME: A CORPORAÇÃO - MARQUIM DO GONZAGA

RESENHA DO FILME: A CORPORAÇÃO.

0 filme “A CORPORAÇÃO” de Jennifer Abbott e Mark Achbar - mostra uma aventura do escritor Joel Bakan que baseado em diversos fatos resolveu mostrar, os por trais do que seria a “corporação”, sua natureza, sua historia e evolução. Analisando as possíveis qualidades e defeitos das ações da mesma. Esse trabalho apresentado como documentário trais uma conclusão perturbadora.
Analisando crimes cometidos por grandes empresas e mostrando entrevistas com pessoas que de certa forma estão ligados ao mundo corporativo, ganhando ou perdendo com ele, como: funcionários de empresa, ativistas, acadêmicos, jornalistas, executivos, e etc., os autores nos levam a uma grande reflexão filosófica sobre o mundo das corporações como pessoas autônomos. Aparentando ser uma grande família onde cada um faz sua parte em nome do todo, com um diferencial sobre o fim que enquanto na família é o bem estar de todos, na corporação é o lucro a qualquer custo. No que se refere a este assunto é oportuno o lançamento do livro do filósofo francês André Comte-Sponville: “O capitalismo é moral?” que desconfia do discurso que tenta camuflar o real propósito do capitalismo. Por natureza, o capitalismo não é moral. Nem imoral. Diz André, não é isso o que importa. Assim como para as grandes corporações que importa é ganhar dinheiro, gerar lucro. Essa é a essência do sistema econômico hoje hegemônico. Outros aspectos são periféricos. Tanto o capitalismo como a corporação é amoral. Com uma vida “livre” dos seus criadores e não tento como todo homem, amor, apreço, sentimento. A corporação segue seu caminho em busca desse lucro sem fim criando sua própria política, que a meu ver reflete nas relações tanto de trabalho, como de comportamento dos seres humanos. Vejamos o exemplo dado no documentário onde uma camisa vendida por R$14, 99, só parte da mesma pertence ao trabalhador, ou seja, R$ 00,03. Criando ai uma injustiça e desigualdade sócia.
Consideradas assim como amorais, essas grandes empresas não colocam sobre suas responsabilidades qualquer que seja o dano causado, pois a sua lógica é o lucro e não a destruição, embora essa busca do lucro leve a destruição. Neste ponto, Comte-Sponville, nos alerta para o fato de que a moral numa sociedade capitalista deve ser procurada fora da esfera econômica.
Em fim é um bom filme, com certeza pode ser trabalhado de diversas formas em universidade e colégios, e no que se refere ao curso de filosofia e ainda a ética é uma “mina de ouro” para pesquisa, podemos travar diversos debates como por exemplo: será mesmo a corporação amoral? Quem é ela para referimos a ela como um ser em si? Estará ela acima do seu criador? Claro que de certa forma trata-se do mesmo tema que se debate a época, mas o foco dado é o diferencial.

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