Quis Show é filme baseado em um programa de perguntas e resposta da emissora de televisão NBC, onde os telespectadores observavam dois candidatos supostamente duelando entre si para ver quem sabe mais, sendo que o vencedor tinha novos desafiantes no programa seguinte. Como bem observamos no filme, o programa vai além desta “suposta” disputa de quem sabe mais, além das perguntas e além dos jogadores “competentes”. O sucesso está em todo esquema montado para vender seu produto (o fortificante gerito) e manter em alta a audiência do programa. Não importando com os meios e preocupando-se só com os fins, o filme nos leva a refletir sobre diversas correntes éticas, dando-nos vários caminhos a serem analisados, Tanto nos caminhos traçados pela direção do programa que só se preocupa com o resultado final como o caminho escolhido por cada jogador, onde cada cabeça aparenta ter uma sentença.
Herbert Stempel, (John Turturro). Passa a imagem de um atrapalhado, mas com um grande conhecimento adquirido, mostrando que apesar de vencer todos os seus adversários, a coisa não é nada fácil, tem que suar para ganhar. Para ele as coisas vão muito bem até ser vitima da própria armação que participa. Enquanto “campeão” não importava com os sentimentos dos outros jogadores, preocupava somente com o seu sucesso, o que de certa forma nos leva a refletir se não seria um “egoísmo ético” de sua parte em se preocupar exclusivamente com seu próprio interesse. James Rachels em seu livro: Os elementos da filosofia da moral, diz: “o egoísmo ético diz que a nossa única obrigação é fazer o que é melhor para nós mesmo” é agindo assim que Herbert ao sentir na própria pele, ele muda de idéia e quer mostrar a verdadeira realidade do programa, uma armação. Esta opção de certa forma veio por um desacordo entre ele e os produtores em lhe dá um novo programa de televisão. Ora, fica claro que Herbert não está preocupado com o bem para todos os telespectadores quando diz a verdade sobre o programa, o que há ai é um interesse individual, sua única obrigação é fazer o melhor para ele mesmo.
Chalés Van dorem (Rhaph Fiennes), o PHD em literatura, professor universitário e boa pinta, cujo sobrenome pertence a uma família com tradição literária nos EUA. Ele resolve procurar a produção da NBC, e com essa bagagem não deu outra, sua ascensão é rápida, sua imagem agrada os telespectadores e principalmente o patrocinador. Capas de jornais, revistas, participações em outros programas e capa da revista Times. Um sucesso pronto. Charles queria tentar a sorte no "Twenty-One", um programa de perguntas e respostas, quando foi assediado por produtores para não só participar, mas ser o novo vencedor. A principio não concordou, não achava ético e dizia ele: o que Kant diria disso? Lembrando o imperativo categórico Kantiano que diz: “Age somente, segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo em que se torne lei universal”. Ora, essa ação com certeza não era pela corrupção. Mas durante sua participação descobriu que se tratava realmente de um jogo de cartas marcadas, pois os candidatos sabiam previamente quais perguntas seriam feitas, e qual seria o final da historia o que de certo modo contraria a visão Kantiana quando fala que a ação necessária encontra o próprio fim em si mesmo e em nada mais. Claro que Chalés não se permanecera kantiano diante de tantas tentações, afinal o mercado, a tecnologia, o poder dos meios de comunicações se apresentam mais forte que “Kant”, assim sendo: Entrou no jogo.
Daniel Enright e Albert Freedman, os produtores, pó sua vez se demonstram amarrados a uma Ética teleológica - Determina o que é correto de acordo com certa finalidade que se pretende atingir -. Para eles o que importa é o sucesso do programa. Os participantes do duelo de perguntas eram apenas meios para se conseguir esse sucesso, logo poderiam ser descartados sem menor mal. É desta forma que: Mentir, enganar, ludibriar as perguntas, todo era um meio par um fim. Eles confessam toda a trama, livrando o presidente da NBC e o patrocinador, como já era esperado. Com esse resultado, apesar de provar a armação, Goodwin (Rob Morrow) que investiga o caso se mostra frustrado por não ter apanhado quem realmente queria.
O investigador Richard Goodwim ver o dia da queda de Van Doren, de quem por sinal já era um grande fã. Entretanto, para sua admiração o jogador esta mais feliz que triste e Para sua decepção, Van Doren confessa toda armação. O filme como já citado não é nada Kantiano, e como alertava “Hume” a racionalidade conta menos do que parece pelo menos no caso de Van Doren que usa a regra de moralidade e de justiça não com base em dedução abstrata, mas segundo um sentimento especifica da sua utilidade. “Justo é aquilo que se afirmou coletivamente”. No mínimo foi esse o caminho de seu sucesso.
O filme, baseado em uma história real e no livro "Remembering America", de Richard Goodwin, termina mostrando o rumo de cada personagem, e de certa forma mostrando que as decisões de valores éticos são sempre relativas à situação especifica, não se fundando em nenhum valor absoluto. Temos no filme varias situações onde podemos encontrar diversos e diferentes valores morais, termino como já afirmado antes, concluindo ser ele um bom campo para a pesquisa do homem no que se refere à ética.
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