RESENHA DO FILME: A CORPORAÇÃO.
0 filme “A CORPORAÇÃO” de Jennifer Abbott e Mark Achbar - mostra uma aventura do escritor Joel Bakan que baseado em diversos fatos resolveu mostrar, os por trais do que seria a “corporação”, sua natureza, sua historia e evolução. Analisando as possíveis qualidades e defeitos das ações da mesma. Esse trabalho apresentado como documentário trais uma conclusão perturbadora.
Analisando crimes cometidos por grandes empresas e mostrando entrevistas com pessoas que de certa forma estão ligados ao mundo corporativo, ganhando ou perdendo com ele, como: funcionários de empresa, ativistas, acadêmicos, jornalistas, executivos, e etc., os autores nos levam a uma grande reflexão filosófica sobre o mundo das corporações como pessoas autônomos. Aparentando ser uma grande família onde cada um faz sua parte em nome do todo, com um diferencial sobre o fim que enquanto na família é o bem estar de todos, na corporação é o lucro a qualquer custo. No que se refere a este assunto é oportuno o lançamento do livro do filósofo francês André Comte-Sponville: “O capitalismo é moral?” que desconfia do discurso que tenta camuflar o real propósito do capitalismo. Por natureza, o capitalismo não é moral. Nem imoral. Diz André, não é isso o que importa. Assim como para as grandes corporações que importa é ganhar dinheiro, gerar lucro. Essa é a essência do sistema econômico hoje hegemônico. Outros aspectos são periféricos. Tanto o capitalismo como a corporação é amoral. Com uma vida “livre” dos seus criadores e não tento como todo homem, amor, apreço, sentimento. A corporação segue seu caminho em busca desse lucro sem fim criando sua própria política, que a meu ver reflete nas relações tanto de trabalho, como de comportamento dos seres humanos. Vejamos o exemplo dado no documentário onde uma camisa vendida por R$14, 99, só parte da mesma pertence ao trabalhador, ou seja, R$ 00,03. Criando ai uma injustiça e desigualdade sócia.
Consideradas assim como amorais, essas grandes empresas não colocam sobre suas responsabilidades qualquer que seja o dano causado, pois a sua lógica é o lucro e não a destruição, embora essa busca do lucro leve a destruição. Neste ponto, Comte-Sponville, nos alerta para o fato de que a moral numa sociedade capitalista deve ser procurada fora da esfera econômica.
Em fim é um bom filme, com certeza pode ser trabalhado de diversas formas em universidade e colégios, e no que se refere ao curso de filosofia e ainda a ética é uma “mina de ouro” para pesquisa, podemos travar diversos debates como por exemplo: será mesmo a corporação amoral? Quem é ela para referimos a ela como um ser em si? Estará ela acima do seu criador? Claro que de certa forma trata-se do mesmo tema que se debate a época, mas o foco dado é o diferencial.
domingo, 29 de março de 2009
As 10 falsas questões mais habituais sobre a filosofia. Rolando Almeida
1. A filosofia é difícil. É falso que se fale da filosofia como uma disciplina difícil. Ela é tão difícil quanto outra disciplina qualquer. Há, certamente, disciplinas mais difíceis e outras mais fáceis. A dificuldade não ocupa um lugar de destaque mais na filosofia do que na física, biologia ou na matemática.
2. A filosofia não serve para nada - Bem, isto só seria verdade se nos mentissem acerca da filosofia. Questionar sobre a utilidade da filosofia possui exatamente o mesmo sentido do que questionar acerca da utilidade da matemática, da física, química ou biologia. A filosofia tem exatamente a mesma utilidade que qualquer outra disciplina, só que a natureza dos seus problemas é diferente e exige metodologias específicas. Perguntar pela utilidade da filosofia é perguntar pela utilidade do saber em geral e a resposta não deve ser colocada somente aos profissionais da filosofia, mas também aos dos outros saberes. Curiosamente o mundo não seria o que é se os saberes não possuíssem uma utilidade.
3. Em filosofia nunca se chega a conclusões - É falso pensar que em filosofia nunca se chega a conclusões. Se assim fosse também o poderíamos dizer em relação à ciência. O que nós conhecemos da ciência são os resultados desta, porque as grandes questões da ciência ainda andam em investigação, tal qual as grandes questões da filosofia. A diferença é que ao passo que a ciência pode recorrer à experimentação, a filosofia não pode dada a natureza dos seus problemas que não são resolvidos empiricamente.
4. A filosofia é um saber abstrato que não tem nada a ver com a vida. - Pelo contrário. A filosofia é talvez o saber que mais diretamente se relaciona com a nossa vida prática e quotidiana, daí por vezes se fazer a confusão ao pensar-se que qualquer pessoa está a fazer filosofia ao se questionar sobre um ou outro problema. Os problemas da filosofia surgem porque a vida humana os levanta. Para isso existem muitos ramos do saber a fim de os estudar. A filosofia é um desses ramos.
5. Todos somos filósofos - É falso. Não é qualquer pessoa que é filósofa, apesar de qualquer pessoa ser perfeitamente capaz de levantar problemas filosóficos a um nível intuitivo. De igual modo, também as crianças fazem muitas questões científicas e isso não faz delas cientistas. De que é feita a lua? Porque é que nunca apanho o arco irís, etc…. Podemos igualmente perguntar se Deus existe ou não, se o livre arbítrio faz ou não sentido, sobre o sentido moral do aborto, sobre o que é o tempo e a sua relação com o espaço, etc…., mas daí não decorre que sejamos filósofos. A filosofia faz-se e investiga-se nas mais avançadas universidades do mundo e possui altos níveis de sofisticação. Ser um filósofo profissional implica publicar ensaios nas revistas da especialidade e contribuir de modo decisivo para o progresso e avanço da filosofia. E isso não está ao alcance de todos e exige um trabalho disciplinado e árduo. Mas daí não decorre problema algum. Também na matemática, sabemos muita matemática a um nível intuitivo e nem por isso somos matemáticos. Depende do nível de sofisticação que queremos alcançar. E os grandes investigadores precisam muito dos bons divulgadores, como é o caso dos bons professores.
6. Em filosofia tudo é subjetivo. - Esta é uma outra idéia falsa que aparece muitas vezes em relação à filosofia. Pensa-se que a filosofia não é nada mais do que um grupo de gente tola, cada um a dar a sua opinião sobre um assunto qualquer. Mas a defesa da subjetividade é auto questionada em termos racionais. Se eu defender que a filosofia é subjetiva, o meu leitor pode defender que não, que é objetiva. Terei de aceitar a posição do meu leitor precisamente porque a posição do leitor é, para mim, subjetiva. E entramos num círculo racionalmente insustentável. Por outro lado, se a filosofia é subjetiva, então, qual a razão da discussão racional? Nada haveria a discutir dado que a verdade não passaria de algo muito subjetivo. Toda a discussão possível não passaria de uma mera e modesta troca de opiniões. Mas nesse caso não existiria qualquer progresso no saber e cultura humana. Não devemos esquecer que as grandes teorias matemáticas e científicas ainda estão por resolver, precisamente porque, tal como na filosofia, não existe progresso sem problemas e razões que apontem conclusões para esses problemas.
7. A filosofia é algo que se faz quando se tem muito dinheiro e nada para fazer - Muita gente famosa parodiou este lado da filosofia, associando-a ao ócio que é precisamente o contrário do negócio (negar o ócio). Apesar da filosofia não constituir para a maior parte das pessoas uma necessidade vital, como é dormir, comer e beber ou respirar, a verdade é que ela se faz por necessidade de compreensão do mundo. A maior parte dos grandes filósofos pensaram sem grandes condições para o fazer. A riqueza material não tem necessariamente de andar associada à filosofia. É natural que se faça e publique mais filosofia onde há mais dinheiro, mas isso somente porque alguém pode viver da filosofia, pode ser pago para investigar e pensar determinado problema filosófico. Mas, novamente, esta é uma realidade que também se aplica a qualquer ramo do saber ou a toda a ciência. Não são as culturas material e culturalmente pobres que produzem e têm acesso à investigação. De modo que supor que a filosofia se faz quando não se tem mais nada para fazer e se tem muito dinheiro, é falso.
8. Não é preciso ensinar filosofia nas escolas - Para mostrar o quanto esta afirmação é falsa, prefiro apresentar alguns exemplos. Uma boa parte dos países ocidentais até nem têm filosofia no ensino secundário como formação geral e obrigatória, como existe em Portugal. Mas têm o chamado critical thinkink que é uma área muito próxima dos modelos mais específicos da filosofia. Por outro lado esses países vêm garantido o sucesso da filosofia no ensino superior uma vez que possuem uma cultura mais sólida que permite que as pessoas vão de encontro ao saber e à filosofia. Há um interesse e sucesso quase natural pela filosofia, especialmente após a segunda metade do sec. XX e livros de filosofia ganham quase todos os anos importantes prémios. Só se consegue ter ideias tolas como esta e a de que a filosofia não serve para nada, numa sociedade ignorante que não reconhece o valor intrínseco da educação. Olhar para a filosofia e afirmar que ela não serve para nada, é de uma ignorância tão tola que faz lembrar aquela pergunta: o que faz um burro a olhar para um palácio? Mas os seres humanos, muito mais que os burros, podem ser educados a olhar para palácios. Esta ideia pode existir e existe em alguns países, inclusive em Portugal, com relativa disseminação pública. Lembro-me de quando estudava filosofia, o fulano do banco onde tinha a conta aberta para a mesada, me perguntar com frequência para que servia o que eu andava a estudar. Estou convencido que tal acontece porque, em larga medida, o ensino superior é de má qualidade e os alunos saem das universidades muito mal formados. Uma vez saídos da universidade sem nunca terem compreendido as ideias centrais de Platão, Descartes ou Kant, o que é a filosofia da mente ou a filosofia da arte, sem leituras feitas e organizadas, este é o caminho mais certo para termos uma má divulgação da filosofia, misturando-a muitas vezes com as nossas percepções mais subjectivas, como astrologia, magia, poesia, etc…. E esta é a ideia que passa aos mais jovens, que estes passam a outros e por aí adiante até um determinado sistema educativo fechar de vez as portas a uma disciplina que, afinal, não possui sequer coerência interna. Outra das causas para este tipo de falsas ideias em relação à filosofia, aplica-se também a todas as outras disciplinas. É a ideia de que o próprio ensino não serve para nada e a consequente desvalorização da escola e das disciplinas que lá se ensinam. Em Portugal, fruto das péssimas políticas educativas do «eduquês», é isto que se tem passado. A sociedade em geral desvaloriza o papel que a escola pode ter no desenvolvimento do indivíduo. Daí a desmotivação geral e a frequente acusação de que o que se aprende não serve para nada. Na verdade se o que se ensina é tão pouco e tão erradamente, a escola acaba por ser muitas vezes uma perda de tempo, pensarão alguns e com alguma razão.
9. Em filosofia tem de se ler muito e escrever muito. - É evidente que para se saber filosofia temos de saber os argumentos dos filósofos. Imagine que vai ter com os amigos ao café e começa uma conversa sobre a justiça na distribuição da riqueza. Imagine ainda o leitor que na mesma mesa estão sentadas mais 4 pessoas além de si. Imagine agora também que começaria a debater argumentos sobre o tema não querendo saber das posições das outras 4 pessoas e ainda por cima afirmava que X e Y defendem a posição A, mesmo sem ter perguntado a X e Y que posições defendem. Uma das consequências mais prováveis é que o leitor poderia partir do princípio que: As suas posições são a verdade absoluta sobre o problema da justiça na distribuição da riqueza. Poderia o leitor estar a pensar que estava a ser muito original, quando X defende a mesma posição mas até com melhores argumentos. Seria esta uma situação desejável? Mas vamos mais longe. Imagine que a conversa era sobre o cosmos e que o leitor estava a defender o geocentrismo por pura ignorância. Sem querer saber do que X e Y pensam e conhecem acerca do assunto, o leitor nunca descobriria uma verdade elementar: que está completamente errado, uma vez que o geocentrismo já foi refutado há muitos séculos atrás. A mesma coisa sucede na filosofia, como sucede em qualquer outro saber ou ciência. Para discutir os problemas filosóficos de um modo profissional, temos de entrar em discussão com os argumentos dos filósofos e é por essa razão que precisamos de ler o que Platão ou Descartes pensaram acerca do problema, quais os argumentos apresentados. A prova de fogo pela qual o aprendiz de filósofo tem de passar é exactamente a mesma que qualquer cientista tem de passar. Tem de sujeitar os seus «insights» à crítica dos seus pares. Um charlatão não passa esta prova de fogo e está condenado a escrever os seus argumentos sem pés nem cabeça no jornal da terra. Neste contexto, o texto escrito e lido é obviamente um dos recursos fundamentais dos filósofos, apesar de não o único. Alguns filósofos conseguiram apresentar argumentos revolucionários e nem por isso escreveram muito. Wittgenstein é só um entre centenas de exemplos. Outros escreveram muito e nem por essa razão conseguiram ser autores centrais para a filosofia.
10. Em filosofia tem de se ser muito profundo. - Em filosofia não tem de se ser mais profundo do que em matemática ou química. Em primeiro lugar deve-se privilegiar a clareza que nem sempre coincide com facilidade, dependendo do estudo que se realize. Obviamente se estamos a falar de filosofia como eu estou a falar neste texto, não se exige profundidade alguma. Exige-se clareza e rigor. A ideia da profundidade em ciência e filosofia, diz respeito à sofisticação dos problemas em análise. Se estamos numa área como a Lógica Modal, envolvendo a discussão de conceitos como possibilidade e necessidade, o mais provável é que a discussão não seja muito acessível a quem não possui qualquer preparação em filosofia. A mesma questão é atribuível a uma qualquer investigação em física ou química. Mas, regra geral, estas teorias mais profundas podem ser expostas a um nível mais intuitivo. E porque é que existe esta necessidade de explicar aos mais leigos os problemas mais sofisticados? Por uma razão muito simples. Somos seres limitados no tempo e um dia alguém vai ter de continuar os nossos estudos, desenvolvendo-os e possibilitando novas descobertas, por isso temos de ensinar aquilo que sabemos ou condenamos o saber à sua morte. Depois porque um filósofo só descobre as fragilidades das razões que oferece em favor das suas teses se um outro o puder estudar e refutar.
FONTE:http://rolandoa.blogs.sapo.pt/47821.html?thread=33229
2. A filosofia não serve para nada - Bem, isto só seria verdade se nos mentissem acerca da filosofia. Questionar sobre a utilidade da filosofia possui exatamente o mesmo sentido do que questionar acerca da utilidade da matemática, da física, química ou biologia. A filosofia tem exatamente a mesma utilidade que qualquer outra disciplina, só que a natureza dos seus problemas é diferente e exige metodologias específicas. Perguntar pela utilidade da filosofia é perguntar pela utilidade do saber em geral e a resposta não deve ser colocada somente aos profissionais da filosofia, mas também aos dos outros saberes. Curiosamente o mundo não seria o que é se os saberes não possuíssem uma utilidade.
3. Em filosofia nunca se chega a conclusões - É falso pensar que em filosofia nunca se chega a conclusões. Se assim fosse também o poderíamos dizer em relação à ciência. O que nós conhecemos da ciência são os resultados desta, porque as grandes questões da ciência ainda andam em investigação, tal qual as grandes questões da filosofia. A diferença é que ao passo que a ciência pode recorrer à experimentação, a filosofia não pode dada a natureza dos seus problemas que não são resolvidos empiricamente.
4. A filosofia é um saber abstrato que não tem nada a ver com a vida. - Pelo contrário. A filosofia é talvez o saber que mais diretamente se relaciona com a nossa vida prática e quotidiana, daí por vezes se fazer a confusão ao pensar-se que qualquer pessoa está a fazer filosofia ao se questionar sobre um ou outro problema. Os problemas da filosofia surgem porque a vida humana os levanta. Para isso existem muitos ramos do saber a fim de os estudar. A filosofia é um desses ramos.
5. Todos somos filósofos - É falso. Não é qualquer pessoa que é filósofa, apesar de qualquer pessoa ser perfeitamente capaz de levantar problemas filosóficos a um nível intuitivo. De igual modo, também as crianças fazem muitas questões científicas e isso não faz delas cientistas. De que é feita a lua? Porque é que nunca apanho o arco irís, etc…. Podemos igualmente perguntar se Deus existe ou não, se o livre arbítrio faz ou não sentido, sobre o sentido moral do aborto, sobre o que é o tempo e a sua relação com o espaço, etc…., mas daí não decorre que sejamos filósofos. A filosofia faz-se e investiga-se nas mais avançadas universidades do mundo e possui altos níveis de sofisticação. Ser um filósofo profissional implica publicar ensaios nas revistas da especialidade e contribuir de modo decisivo para o progresso e avanço da filosofia. E isso não está ao alcance de todos e exige um trabalho disciplinado e árduo. Mas daí não decorre problema algum. Também na matemática, sabemos muita matemática a um nível intuitivo e nem por isso somos matemáticos. Depende do nível de sofisticação que queremos alcançar. E os grandes investigadores precisam muito dos bons divulgadores, como é o caso dos bons professores.
6. Em filosofia tudo é subjetivo. - Esta é uma outra idéia falsa que aparece muitas vezes em relação à filosofia. Pensa-se que a filosofia não é nada mais do que um grupo de gente tola, cada um a dar a sua opinião sobre um assunto qualquer. Mas a defesa da subjetividade é auto questionada em termos racionais. Se eu defender que a filosofia é subjetiva, o meu leitor pode defender que não, que é objetiva. Terei de aceitar a posição do meu leitor precisamente porque a posição do leitor é, para mim, subjetiva. E entramos num círculo racionalmente insustentável. Por outro lado, se a filosofia é subjetiva, então, qual a razão da discussão racional? Nada haveria a discutir dado que a verdade não passaria de algo muito subjetivo. Toda a discussão possível não passaria de uma mera e modesta troca de opiniões. Mas nesse caso não existiria qualquer progresso no saber e cultura humana. Não devemos esquecer que as grandes teorias matemáticas e científicas ainda estão por resolver, precisamente porque, tal como na filosofia, não existe progresso sem problemas e razões que apontem conclusões para esses problemas.
7. A filosofia é algo que se faz quando se tem muito dinheiro e nada para fazer - Muita gente famosa parodiou este lado da filosofia, associando-a ao ócio que é precisamente o contrário do negócio (negar o ócio). Apesar da filosofia não constituir para a maior parte das pessoas uma necessidade vital, como é dormir, comer e beber ou respirar, a verdade é que ela se faz por necessidade de compreensão do mundo. A maior parte dos grandes filósofos pensaram sem grandes condições para o fazer. A riqueza material não tem necessariamente de andar associada à filosofia. É natural que se faça e publique mais filosofia onde há mais dinheiro, mas isso somente porque alguém pode viver da filosofia, pode ser pago para investigar e pensar determinado problema filosófico. Mas, novamente, esta é uma realidade que também se aplica a qualquer ramo do saber ou a toda a ciência. Não são as culturas material e culturalmente pobres que produzem e têm acesso à investigação. De modo que supor que a filosofia se faz quando não se tem mais nada para fazer e se tem muito dinheiro, é falso.
8. Não é preciso ensinar filosofia nas escolas - Para mostrar o quanto esta afirmação é falsa, prefiro apresentar alguns exemplos. Uma boa parte dos países ocidentais até nem têm filosofia no ensino secundário como formação geral e obrigatória, como existe em Portugal. Mas têm o chamado critical thinkink que é uma área muito próxima dos modelos mais específicos da filosofia. Por outro lado esses países vêm garantido o sucesso da filosofia no ensino superior uma vez que possuem uma cultura mais sólida que permite que as pessoas vão de encontro ao saber e à filosofia. Há um interesse e sucesso quase natural pela filosofia, especialmente após a segunda metade do sec. XX e livros de filosofia ganham quase todos os anos importantes prémios. Só se consegue ter ideias tolas como esta e a de que a filosofia não serve para nada, numa sociedade ignorante que não reconhece o valor intrínseco da educação. Olhar para a filosofia e afirmar que ela não serve para nada, é de uma ignorância tão tola que faz lembrar aquela pergunta: o que faz um burro a olhar para um palácio? Mas os seres humanos, muito mais que os burros, podem ser educados a olhar para palácios. Esta ideia pode existir e existe em alguns países, inclusive em Portugal, com relativa disseminação pública. Lembro-me de quando estudava filosofia, o fulano do banco onde tinha a conta aberta para a mesada, me perguntar com frequência para que servia o que eu andava a estudar. Estou convencido que tal acontece porque, em larga medida, o ensino superior é de má qualidade e os alunos saem das universidades muito mal formados. Uma vez saídos da universidade sem nunca terem compreendido as ideias centrais de Platão, Descartes ou Kant, o que é a filosofia da mente ou a filosofia da arte, sem leituras feitas e organizadas, este é o caminho mais certo para termos uma má divulgação da filosofia, misturando-a muitas vezes com as nossas percepções mais subjectivas, como astrologia, magia, poesia, etc…. E esta é a ideia que passa aos mais jovens, que estes passam a outros e por aí adiante até um determinado sistema educativo fechar de vez as portas a uma disciplina que, afinal, não possui sequer coerência interna. Outra das causas para este tipo de falsas ideias em relação à filosofia, aplica-se também a todas as outras disciplinas. É a ideia de que o próprio ensino não serve para nada e a consequente desvalorização da escola e das disciplinas que lá se ensinam. Em Portugal, fruto das péssimas políticas educativas do «eduquês», é isto que se tem passado. A sociedade em geral desvaloriza o papel que a escola pode ter no desenvolvimento do indivíduo. Daí a desmotivação geral e a frequente acusação de que o que se aprende não serve para nada. Na verdade se o que se ensina é tão pouco e tão erradamente, a escola acaba por ser muitas vezes uma perda de tempo, pensarão alguns e com alguma razão.
9. Em filosofia tem de se ler muito e escrever muito. - É evidente que para se saber filosofia temos de saber os argumentos dos filósofos. Imagine que vai ter com os amigos ao café e começa uma conversa sobre a justiça na distribuição da riqueza. Imagine ainda o leitor que na mesma mesa estão sentadas mais 4 pessoas além de si. Imagine agora também que começaria a debater argumentos sobre o tema não querendo saber das posições das outras 4 pessoas e ainda por cima afirmava que X e Y defendem a posição A, mesmo sem ter perguntado a X e Y que posições defendem. Uma das consequências mais prováveis é que o leitor poderia partir do princípio que: As suas posições são a verdade absoluta sobre o problema da justiça na distribuição da riqueza. Poderia o leitor estar a pensar que estava a ser muito original, quando X defende a mesma posição mas até com melhores argumentos. Seria esta uma situação desejável? Mas vamos mais longe. Imagine que a conversa era sobre o cosmos e que o leitor estava a defender o geocentrismo por pura ignorância. Sem querer saber do que X e Y pensam e conhecem acerca do assunto, o leitor nunca descobriria uma verdade elementar: que está completamente errado, uma vez que o geocentrismo já foi refutado há muitos séculos atrás. A mesma coisa sucede na filosofia, como sucede em qualquer outro saber ou ciência. Para discutir os problemas filosóficos de um modo profissional, temos de entrar em discussão com os argumentos dos filósofos e é por essa razão que precisamos de ler o que Platão ou Descartes pensaram acerca do problema, quais os argumentos apresentados. A prova de fogo pela qual o aprendiz de filósofo tem de passar é exactamente a mesma que qualquer cientista tem de passar. Tem de sujeitar os seus «insights» à crítica dos seus pares. Um charlatão não passa esta prova de fogo e está condenado a escrever os seus argumentos sem pés nem cabeça no jornal da terra. Neste contexto, o texto escrito e lido é obviamente um dos recursos fundamentais dos filósofos, apesar de não o único. Alguns filósofos conseguiram apresentar argumentos revolucionários e nem por isso escreveram muito. Wittgenstein é só um entre centenas de exemplos. Outros escreveram muito e nem por essa razão conseguiram ser autores centrais para a filosofia.
10. Em filosofia tem de se ser muito profundo. - Em filosofia não tem de se ser mais profundo do que em matemática ou química. Em primeiro lugar deve-se privilegiar a clareza que nem sempre coincide com facilidade, dependendo do estudo que se realize. Obviamente se estamos a falar de filosofia como eu estou a falar neste texto, não se exige profundidade alguma. Exige-se clareza e rigor. A ideia da profundidade em ciência e filosofia, diz respeito à sofisticação dos problemas em análise. Se estamos numa área como a Lógica Modal, envolvendo a discussão de conceitos como possibilidade e necessidade, o mais provável é que a discussão não seja muito acessível a quem não possui qualquer preparação em filosofia. A mesma questão é atribuível a uma qualquer investigação em física ou química. Mas, regra geral, estas teorias mais profundas podem ser expostas a um nível mais intuitivo. E porque é que existe esta necessidade de explicar aos mais leigos os problemas mais sofisticados? Por uma razão muito simples. Somos seres limitados no tempo e um dia alguém vai ter de continuar os nossos estudos, desenvolvendo-os e possibilitando novas descobertas, por isso temos de ensinar aquilo que sabemos ou condenamos o saber à sua morte. Depois porque um filósofo só descobre as fragilidades das razões que oferece em favor das suas teses se um outro o puder estudar e refutar.
FONTE:http://rolandoa.blogs.sapo.pt/47821.html?thread=33229
segunda-feira, 23 de março de 2009
Arte – 1 - Marquim do Gonzaga
A VISÃO DE PLATÃO E ARISTOTELES SOBRE A ARTE (BELO).
Lamentável, porém massificada, a idéia de que “gosto não se discute” é bastante comum e será objeto do trabalho proposto.
Filósofos como Platão e Aristóteles se comportaram ou manifestarão suas opiniões sobre esse assunto. Penso que essa disposição ao questionamento do belo, a busca pela compreensão e delimitação do conceito de beleza, têm sua importância para o homem.
Para esses dois pensadores, Platão e Aristóteles, o belo foi motivo para bastante debate. Para Platão veio como manifestação do bem, para ele a beleza é perfeita. Já em Aristóteles havia uma simetria, sendo o belo feito pela ordem e pela simetria.
Vejamos:
Para Platão é a idéia suprema da beleza que vai determinar o que seja mais ou menos belo. O belo é o bem, a verdade, a perfeição, tudo no mundo das idéias. Platão mostra-nos dois rumos: o mundo das idéias, conhecimento superior, ou seja, absoluto e estático; e o mundo dos homens, onde a arte é vista como imitação de algo que já é imitação do que há no mundo das idéias, ou seja, cópia. Diz ele: “ora, imitar alguém, ou pela palavra ou gesto, não é representar a pessoa imitada?” . Desta forma, a arte que se revela no mundo sensível é cópia imperfeita, pois se baseia na copia do homem no mundo e esse homem já é uma copia do Mundo das Idéias.
Preocupado com a narração e Imitação, Platão mostra que de certa forma gera-se um problema, e uma vez que não controlada elas, tanto a imitação como a narração são perigosas ao estado. Dando como “solução” para esta situação as seguintes idéias: todos deveriam ser orientados desta criança para tal profissão, tornando-se assim homens por excelência; Imitação só do que é nobre, nada de imitar problemas das mulheres, dos escravos, dos pervertidos. Tomando todas as preocupações necessárias para que a imitação não possa trazer, prazer na realidade; a narração não deve sofrer modificações de qualquer jeito, só em graus reduzidos e tendo sempre como o bom estabelecido por lei. Temos, portanto, uma preocupação no que se refere ao conteúdo e a forma, sendo que o conteúdo não se pode mostrar ou dar ênfase aos problemas sócios e a forma será há que convém a cidade, a lei.
Aristóteles acredita que o belo é a simetria, algo que sendo bem, é agradável porque é bem, onde conjuga as três dimensões de ser, a beleza, bondade e a verdade, e elas estão umbilicalmente unidas. A arte, embora seja uma imitação, é feita pelo homem, de forma tal que não pode estar distante daquilo que é sensível ao homem. Desta forma, a arte é uma imitação, porém, não imitação de uma imitação como vimos em Platão, mas sim imitação direta do próprio ser. ( Segundo Martins filho -2006-, pg. 183.)
Aristóteles se apresenta dividindo os assuntos que trata segundo a espécie, “falemos da poesia dela mesma e das suas espécies” (3) e depois afirma: "A epopéia, a tragédia,assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética e da citarística, todas são em geral imitações. Diferem porem, uma das outras por meios diversos, ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira." (pág.25).
Assim, portanto, distingue dois tipos de arte: as que possuem uma utilidade prática, isto é, completam o que falta na natureza; e as que imitam a natureza, mas também podem abordar o que é impossível. O que confere a beleza uma obra é a simetria, ou melhor, uma justa medida.
Fica claro a influencia de Platão em Aristóteles, mas não podemos negar também que há um avanço na forma de ver a arte na visão de Aristóteles. Em Platão, temos uma preocupação com a arte frente à lei, de forma que, descrevendo como deveriam ser tratados os deuses, os demônios, os heróis e os que demoraram nos hades, Platão nos mostra sua preocupação com os poetas e oradores, e indica como deveria ser o agir da arte frente à realidade do estado. Por outro lado, Aristóteles, fazendo uma leitura um pouco mais aprofundada da arte divide-a em vários pontos e tira-lhe do caminho do mundo ideal. Assim, enquanto Platão prende belo ao mundo ideal, Aristóteles o traz de volta ao mundo do homem.
Outro ponto que podemos observar em relação a esses pensadores é que em Aristóteles o conceito de poesia como imitação de ações, contrapõe ao de Platão, para quem a poesia era narração de pura imitação e desta forma a imitação aristotélica, processando-se por meios, objetos não se confunde, porém, com cópia ou reprodução fiel da realidade.
É da filosofia da arte estudar questões do seguinte tipo: A beleza é objetiva ou subjetiva? Qual é a função da arte? Para que aspectos de nossa natureza apelam às diversas formas de beleza? E ai estudando Platão e Aristóteles, constrói-se nossos conceitos relativos a essas idéias. São idéias que nos inspiram, maravilham e que fazem de nós melhores seres humanos, mostra-nos que há respostas insatisfatórias que aceitamos sem criticar e também oferece orientação a todas as pessoas, crente ou não crente a buscarem um novo entendimento sobre a beleza e a arte.
BIBLIOGRAFIA
DUARTE, Rodrigo. O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo horizonte / MG: Editora UFMG,1997.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000.
MARTINS FILHO, Ives Gandra da silva. Manual Esquemático de Filosofia. São Paulo: LTr Editora, 2006.
Lamentável, porém massificada, a idéia de que “gosto não se discute” é bastante comum e será objeto do trabalho proposto.
Filósofos como Platão e Aristóteles se comportaram ou manifestarão suas opiniões sobre esse assunto. Penso que essa disposição ao questionamento do belo, a busca pela compreensão e delimitação do conceito de beleza, têm sua importância para o homem.
Para esses dois pensadores, Platão e Aristóteles, o belo foi motivo para bastante debate. Para Platão veio como manifestação do bem, para ele a beleza é perfeita. Já em Aristóteles havia uma simetria, sendo o belo feito pela ordem e pela simetria.
Vejamos:
Para Platão é a idéia suprema da beleza que vai determinar o que seja mais ou menos belo. O belo é o bem, a verdade, a perfeição, tudo no mundo das idéias. Platão mostra-nos dois rumos: o mundo das idéias, conhecimento superior, ou seja, absoluto e estático; e o mundo dos homens, onde a arte é vista como imitação de algo que já é imitação do que há no mundo das idéias, ou seja, cópia. Diz ele: “ora, imitar alguém, ou pela palavra ou gesto, não é representar a pessoa imitada?” . Desta forma, a arte que se revela no mundo sensível é cópia imperfeita, pois se baseia na copia do homem no mundo e esse homem já é uma copia do Mundo das Idéias.
Preocupado com a narração e Imitação, Platão mostra que de certa forma gera-se um problema, e uma vez que não controlada elas, tanto a imitação como a narração são perigosas ao estado. Dando como “solução” para esta situação as seguintes idéias: todos deveriam ser orientados desta criança para tal profissão, tornando-se assim homens por excelência; Imitação só do que é nobre, nada de imitar problemas das mulheres, dos escravos, dos pervertidos. Tomando todas as preocupações necessárias para que a imitação não possa trazer, prazer na realidade; a narração não deve sofrer modificações de qualquer jeito, só em graus reduzidos e tendo sempre como o bom estabelecido por lei. Temos, portanto, uma preocupação no que se refere ao conteúdo e a forma, sendo que o conteúdo não se pode mostrar ou dar ênfase aos problemas sócios e a forma será há que convém a cidade, a lei.
Aristóteles acredita que o belo é a simetria, algo que sendo bem, é agradável porque é bem, onde conjuga as três dimensões de ser, a beleza, bondade e a verdade, e elas estão umbilicalmente unidas. A arte, embora seja uma imitação, é feita pelo homem, de forma tal que não pode estar distante daquilo que é sensível ao homem. Desta forma, a arte é uma imitação, porém, não imitação de uma imitação como vimos em Platão, mas sim imitação direta do próprio ser. ( Segundo Martins filho -2006-, pg. 183.)
Aristóteles se apresenta dividindo os assuntos que trata segundo a espécie, “falemos da poesia dela mesma e das suas espécies” (3) e depois afirma: "A epopéia, a tragédia,assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética e da citarística, todas são em geral imitações. Diferem porem, uma das outras por meios diversos, ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira." (pág.25).
Assim, portanto, distingue dois tipos de arte: as que possuem uma utilidade prática, isto é, completam o que falta na natureza; e as que imitam a natureza, mas também podem abordar o que é impossível. O que confere a beleza uma obra é a simetria, ou melhor, uma justa medida.
Fica claro a influencia de Platão em Aristóteles, mas não podemos negar também que há um avanço na forma de ver a arte na visão de Aristóteles. Em Platão, temos uma preocupação com a arte frente à lei, de forma que, descrevendo como deveriam ser tratados os deuses, os demônios, os heróis e os que demoraram nos hades, Platão nos mostra sua preocupação com os poetas e oradores, e indica como deveria ser o agir da arte frente à realidade do estado. Por outro lado, Aristóteles, fazendo uma leitura um pouco mais aprofundada da arte divide-a em vários pontos e tira-lhe do caminho do mundo ideal. Assim, enquanto Platão prende belo ao mundo ideal, Aristóteles o traz de volta ao mundo do homem.
Outro ponto que podemos observar em relação a esses pensadores é que em Aristóteles o conceito de poesia como imitação de ações, contrapõe ao de Platão, para quem a poesia era narração de pura imitação e desta forma a imitação aristotélica, processando-se por meios, objetos não se confunde, porém, com cópia ou reprodução fiel da realidade.
É da filosofia da arte estudar questões do seguinte tipo: A beleza é objetiva ou subjetiva? Qual é a função da arte? Para que aspectos de nossa natureza apelam às diversas formas de beleza? E ai estudando Platão e Aristóteles, constrói-se nossos conceitos relativos a essas idéias. São idéias que nos inspiram, maravilham e que fazem de nós melhores seres humanos, mostra-nos que há respostas insatisfatórias que aceitamos sem criticar e também oferece orientação a todas as pessoas, crente ou não crente a buscarem um novo entendimento sobre a beleza e a arte.
BIBLIOGRAFIA
DUARTE, Rodrigo. O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo horizonte / MG: Editora UFMG,1997.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000.
MARTINS FILHO, Ives Gandra da silva. Manual Esquemático de Filosofia. São Paulo: LTr Editora, 2006.
Lugar não há. Marquim do gonzaga
Procurei varias fronteira
Pra desbravar
Karatê, jaz e capoeira...
para chegar.
Só depois se ver...
...Lugar não há.
Brincadeira de palhaço
para alegrar
Depois do seu diploma, especializar.
Sesc, sessi, tudo pronto? vá trabalhar.
Só depois se ver...
...Lugar não há.
Preparados para ensino sem lecionar
Garçom, cantor, motorista a se filtrar.
Doutor e advogado fila é o que há
Só depois se vê...
...Lugar não há.
Pra desbravar
Karatê, jaz e capoeira...
para chegar.
Só depois se ver...
...Lugar não há.
Brincadeira de palhaço
para alegrar
Depois do seu diploma, especializar.
Sesc, sessi, tudo pronto? vá trabalhar.
Só depois se ver...
...Lugar não há.
Preparados para ensino sem lecionar
Garçom, cantor, motorista a se filtrar.
Doutor e advogado fila é o que há
Só depois se vê...
...Lugar não há.
Hino do Estado do Piauí - cifrado
Tom- F
C G7 C
Salve! terra que aos céus arrebatas
G F C
Nossas almas nos dons que possuis:
G7 C
A esperança nos verdes das matas,
D7 G
A saudade nas serras azuis.
F G7 G
Piauí, terra querida,
C G7 C
Filha do sol do equador,
F C Am
Pertencem-te a nossa vida,
Dm G
Nosso sonho, nosso amor!
Dm G7 C
As águas do Parnaíba,
Dm G7 C
Rio abaixo, rio arriba,
G7 C
Espalhem pelo sertão
F C
E levem pelas quebradas,
F C
Pelas várzeas e chapadas,
D7 G7 C
Teu canto de exaltação!
C G7 C
Desbravando-te os campos distantes
G F C
Na missão do trabalho e da paz,
página 1
G7 C
A aventura de dois bandeirantes
D D7 G
A semente da Pátria nos traz.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Sob o céu de imortal claridade,
G F C
Nosso sangue vertemos por ti,
G7 C
Vendo a Pátria pedir liberdade,
D7 D G
O primeiro que luta é o Piauí.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Possas tu, no trabalho fecundo
G F C
E com fé, fazer sempre melhor,
G7 C
Para que, no concerto do mundo,
D D7 G
O Brasil seja ainda maior.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Possas Tu, conservando a pureza
G F C
Do teu povo leal, progredir,
G7 C
Envolvendo na mesma grandeza
D D7 G
O passado, o presente e o porvir.
F G
Piauí terra querida...
C G7 C
Salve! terra que aos céus arrebatas
G F C
Nossas almas nos dons que possuis:
G7 C
A esperança nos verdes das matas,
D7 G
A saudade nas serras azuis.
F G7 G
Piauí, terra querida,
C G7 C
Filha do sol do equador,
F C Am
Pertencem-te a nossa vida,
Dm G
Nosso sonho, nosso amor!
Dm G7 C
As águas do Parnaíba,
Dm G7 C
Rio abaixo, rio arriba,
G7 C
Espalhem pelo sertão
F C
E levem pelas quebradas,
F C
Pelas várzeas e chapadas,
D7 G7 C
Teu canto de exaltação!
C G7 C
Desbravando-te os campos distantes
G F C
Na missão do trabalho e da paz,
página 1
G7 C
A aventura de dois bandeirantes
D D7 G
A semente da Pátria nos traz.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Sob o céu de imortal claridade,
G F C
Nosso sangue vertemos por ti,
G7 C
Vendo a Pátria pedir liberdade,
D7 D G
O primeiro que luta é o Piauí.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Possas tu, no trabalho fecundo
G F C
E com fé, fazer sempre melhor,
G7 C
Para que, no concerto do mundo,
D D7 G
O Brasil seja ainda maior.
Piauí...(Refrão)
C G7 C
Possas Tu, conservando a pureza
G F C
Do teu povo leal, progredir,
G7 C
Envolvendo na mesma grandeza
D D7 G
O passado, o presente e o porvir.
F G
Piauí terra querida...
quarta-feira, 18 de março de 2009
O QUE UMA ESCRITORA HOLANDESA FALOU SOBRE O BRASIL...
'Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos.
Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.
Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.
Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe.. Fumam até em elevador.
Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.
Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.
Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.
Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma..
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 81 ,3% estão estudando.
8... O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.
Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?
Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada Brasil!!'
(...)
Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser BRASILEIRO!!!
Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.
Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.
Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe.. Fumam até em elevador.
Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.
Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.
Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.
Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma..
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 81 ,3% estão estudando.
8... O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.
Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?
Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada Brasil!!'
(...)
Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser BRASILEIRO!!!
sábado, 14 de março de 2009
Por Onde? - Kléber Albuquerque
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai voar até o infinito
Se esquecer de continuar
Ou vai fincar o pé na margem e acenar
Para um ponto qualquer no horizonte
Ou vai descer o rio até chagar o mar
Ou se o Amor é a própria ponte
Amor, me diga. Ai, amor, me conte
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai pagar pra ver a flor do abismo desabrochar
Ou vai se consumir até se consumar
Ou vai cair em si do último andar
Saí sem ter paradeiro nem hora pra chegar
Vou conhecer o mundo inteiro e se voce chamar
Com meu cavalo ligeiro volto pra te buscar
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai voar até o infinito
Se esquecer de continuar
Ou vai fincar o pé na margem e acenar
Para um ponto qualquer no horizonte
Ou vai descer o rio até chagar o mar
Ou se o Amor é a própria ponte
Amor, me diga. Ai, amor, me conte
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai pagar pra ver a flor do abismo desabrochar
Ou vai se consumir até se consumar
Ou vai cair em si do último andar
Saí sem ter paradeiro nem hora pra chegar
Vou conhecer o mundo inteiro e se voce chamar
Com meu cavalo ligeiro volto pra te buscar
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Meu Jardim - Vander Lee
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
UM DIA-A-DIA MARAVILHOSO - Marquim do Gonzaga
Que Deus te conserve uma boa criatura, faça de te uma pessoa "Humana", pois é assim que lembro de você:
• Caminhando sem medir as pegadas, mas pisando com a leveza do coração. Embora, às vezes quando esconde os pés tentando aliviar a sua dor, pisa no chão e em mim cravando o seu salto alto;
• Catando um grão nessa terra sem fim para brincar com a vida. Embora tua visão seja às vezes enganada frente ao tamanho do desejo em confronto com a realidade;
• Sorrindo, achando maravilhas num mundo corrompido.
É assim que lembro os caprichos, as negações, a solidão e o inverno.
De quem é a vida afinal?
A vida? Ora, é de quem pode dizer hoje:
• Estou a completar um ano a mais de vida: VOCE!
• É vivendo que amamos, que nos damos, que queremos, que vencemos e que glorificamos.
E o passado?
O que sabemos de antes?
Lembrança da vida maternal de quem nos levou na barriga?
- Nada por nós é lembrado.
E o futuro?
O que sabemos do depois além da garantia da morte?
O céu, que construímos na imaginação para justificar uma supremacia da espécie?
-Não sabemos nada.
Portando é em vida que devemos receber e ser amados, ser querido, ser glorificado.
Assim vejo nossa amizade, "se dando e recebendo" "cultivando e sendo cultivado”
Não há dividas e favores a pagar, há sim, um dia-dia MARAVILHOSO.
• Caminhando sem medir as pegadas, mas pisando com a leveza do coração. Embora, às vezes quando esconde os pés tentando aliviar a sua dor, pisa no chão e em mim cravando o seu salto alto;
• Catando um grão nessa terra sem fim para brincar com a vida. Embora tua visão seja às vezes enganada frente ao tamanho do desejo em confronto com a realidade;
• Sorrindo, achando maravilhas num mundo corrompido.
É assim que lembro os caprichos, as negações, a solidão e o inverno.
De quem é a vida afinal?
A vida? Ora, é de quem pode dizer hoje:
• Estou a completar um ano a mais de vida: VOCE!
• É vivendo que amamos, que nos damos, que queremos, que vencemos e que glorificamos.
E o passado?
O que sabemos de antes?
Lembrança da vida maternal de quem nos levou na barriga?
- Nada por nós é lembrado.
E o futuro?
O que sabemos do depois além da garantia da morte?
O céu, que construímos na imaginação para justificar uma supremacia da espécie?
-Não sabemos nada.
Portando é em vida que devemos receber e ser amados, ser querido, ser glorificado.
Assim vejo nossa amizade, "se dando e recebendo" "cultivando e sendo cultivado”
Não há dividas e favores a pagar, há sim, um dia-dia MARAVILHOSO.
Creio que Não - Marquim do Gonzaga
Se acontecer que tua própria mão venha inadvertidamente, a atingir-te, ferindo-lhe o corpo, de forma a deixar uma grande cicatriz,
Tu irás cortar a mão fora?
...Creio que não.
Você sabe que precisa dela, independente de qualquer que seja o sentimento, você precisa dela.
Se acontecer que teus olhos inadvertidamente contemplarem outra beleza que não seja seu “outro eu”, o seu amado, Tu iras abrir mão da sua visão?
...Creio que não.
Você precisa e gosta de ver o mundo e de preferência colorido.
Se acontecer que inadvertidamente sentires o mais lindo perfume até então sentido.
Tu iras castigar teu nariz até sangrar?
...Creio que não.
Você quer a brisa, o cheiro das flores nas primaveras.
Como agredir tua própria carne quando ela é você mesmo?
Como negar o mundo e a carne?
Como querer a morte daquilo que estabelece minha existência?
Não, não farei mal a mim, prefiro a condenação de ser uma metamorfose.
Tu por acaso tomarias uma vara e atacarias tua própria mão em retaliação por seu descuido, aumentando assim a tua dor?
...Creio que não.
Pois bem, o mesmo ocorre quando, por falta de compreensão deste mundo o teu irmão e teu amado, cuja alma é uma só contigo, te causa prejuízo e sofrimento. Se retaliares serás tu que irás sofrer.
Tu irás cortar a mão fora?
...Creio que não.
Você sabe que precisa dela, independente de qualquer que seja o sentimento, você precisa dela.
Se acontecer que teus olhos inadvertidamente contemplarem outra beleza que não seja seu “outro eu”, o seu amado, Tu iras abrir mão da sua visão?
...Creio que não.
Você precisa e gosta de ver o mundo e de preferência colorido.
Se acontecer que inadvertidamente sentires o mais lindo perfume até então sentido.
Tu iras castigar teu nariz até sangrar?
...Creio que não.
Você quer a brisa, o cheiro das flores nas primaveras.
Como agredir tua própria carne quando ela é você mesmo?
Como negar o mundo e a carne?
Como querer a morte daquilo que estabelece minha existência?
Não, não farei mal a mim, prefiro a condenação de ser uma metamorfose.
Tu por acaso tomarias uma vara e atacarias tua própria mão em retaliação por seu descuido, aumentando assim a tua dor?
...Creio que não.
Pois bem, o mesmo ocorre quando, por falta de compreensão deste mundo o teu irmão e teu amado, cuja alma é uma só contigo, te causa prejuízo e sofrimento. Se retaliares serás tu que irás sofrer.
O amor - Marquim do Gonzaga
...E o amor como vive em nós?
Na igreja,
No bar,
Nas ruas,
Nas casas, onde andas?
...Há sempre um amor ti esperando?
E ti acolhe como se fosse o filho pródigo?
E ti abraça como se morresse de saudades?
E ti escuta como se escuta um imperador?
E ti dar razão em tudo como você fosse um deus?
Há! Esse eterno amor...
Quantas vezes não te odiamos e quantas só ti amamos?
Quantas vezes eu morri por ti e quantas ti matei por mim?
Quantos sonhos deram a esse amor e quantos ele me deu?
Há! Esse amor sempre amor...
Que sempre nos leva do fogo ao gelo,
Que sempre trabalha de dia e de noite,
Que sempre estar bem e mal,
Que sempre é céu e mar.
Na igreja,
No bar,
Nas ruas,
Nas casas, onde andas?
...Há sempre um amor ti esperando?
E ti acolhe como se fosse o filho pródigo?
E ti abraça como se morresse de saudades?
E ti escuta como se escuta um imperador?
E ti dar razão em tudo como você fosse um deus?
Há! Esse eterno amor...
Quantas vezes não te odiamos e quantas só ti amamos?
Quantas vezes eu morri por ti e quantas ti matei por mim?
Quantos sonhos deram a esse amor e quantos ele me deu?
Há! Esse amor sempre amor...
Que sempre nos leva do fogo ao gelo,
Que sempre trabalha de dia e de noite,
Que sempre estar bem e mal,
Que sempre é céu e mar.
"Zeitgeist", esse é o "Zeitgeist Addendum"
É um documentário sobre: "Teorias de Conspiração.”.
Para informações sobre o filme Zeitgeist, vou colar do Wikipedia:
Zeitgeist, the Movie é um filme de 2007 produzido por Peter Joseph (pseudônimo de James Coyman) da GMP LLC, que apresenta uma série de teorias de conspiração relacionadas ao Cristianismo, ataques de 11 de setembro e a Reserva Federal dos Estados Unidos da América. Ele foi lançado online livremente via Google Video em Junho de 2007. Uma versão remasterizada foi apresentada como um premiere global em 10 de novembro de 2007 no 4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards.
O filme é dividido em três seções:
* Primeira parte: "The Greatest Story Ever Told" ("A maior história já contada")
* Segunda parte: "All The World's A Stage" ("O mundo inteiro é um palco")
* Terceira parte: "Don't Mind The Men Behind The Curtain" ("Não obedeças os homens atrás da cortina")* (*em algumas versões legendadas, uma tradução equivocada deste título foi "Não te preocupes com os homens atrás da cortina")
Estrutura do filme:
Primeira Parte: The Greatest Story Ever Told
A primeira parte do filme é uma avaliação crítica do cristianismo. O filme sugere que Jesus seja um híbrido literário e astrológico e que a bíblia trata de uma miscelânea de histórias baseadas em princípios astrológicos pertencentes a civilizações antigas (Egito, especialmente). A atenção do filme se foca inicialmente no movimento do Sol e das estrelas, fato este que é uma das características das religiões "pagãs" (pré-cristãs). É então apresentada uma série de semelhanças entre a história de Cristo e a de Hórus, o "deus Sol" egípcio que partilha de todos os predicados do messias cristão. Há referência sobre o papel de Constantino na formação da Igreja e seus dogmas.
Segunda Parte: All The World's a Stage
A segunda parte do filme foca-se nos ataques de 11 de setembro de 2001. O filme sugere que o governo dos Estados Unidos tinha conhecimento destes ataques e que a queda do World Trade Center foi uma demolição controlada pelo próprio Governo norte-americano. O filme assegura que a NORAD, entidade responsável pela defesa aérea dos Estados Unidos, tinha sido propositadamente baralhada no dia dos ataques com exercícios simulados em que os Estados Unidos estavam a ser atacados por aviões seqüestrados, justamente na mesma área dos reais ataques; mostra dezenas de testemunhas e reportagems que sugere que as torres ruiram não por causa dos aviões, mas por explosões internas e sabotagem; demonstra as ligações entre a família Bush e a família Bin Laden, parceiros comerciais de longa data, entre outras teorias intrigantes e alarmantes acerca da política mundial atual.
Terceira Parte: Don't Mind The Men Behind The Curtain
A terceira parte do filme focaliza-se no sistema bancário mundial, que supostamente tem estado nas mãos de uma elite de famílias burguesas que detém o verdadeiro poder sobre todos os países a eles associados, e na sua conspiração para obter um domínio mundial total eles tem modelado toda a mídia e cometido diversos crimes, muitos deles encenações para fins ocultos. O filme denuncia que a Reserva Federal dos Estados Unidos da América foi criada para roubar a riqueza dos Estados Unidos e também demonstra, como exemplo, o lucro que foi obtido pelos bancos durante a Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Guerra do Vietnã, Iraque, Afeganistão, e a futura invasão à Venezuela para obtenção de petróleo e comércio de armamento. O filme descreve a conspiração destes banqueiros, argumentando que o objetivo deles é o controle sobre toda a raça humana através da implantação de um chip localizador e identificador através do qual todas as operações e interações humanas serão realizadas, escravizando por fim a humanidade. Estão secretamente criando um governo unificado, com exército unificado, moeda unificada, e poder unificado, e que servirá apenas aos interesses dessa elite. Segundo o filme, o aspecto mais impressionante disso tudo é que tais mudanças serão aceitas pelo próprio povo naturalmente, pois está sendo manipulado pela mídia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeitgeist,_o_Filme veja abaixo uma parte.
Para informações sobre o filme Zeitgeist, vou colar do Wikipedia:
Zeitgeist, the Movie é um filme de 2007 produzido por Peter Joseph (pseudônimo de James Coyman) da GMP LLC, que apresenta uma série de teorias de conspiração relacionadas ao Cristianismo, ataques de 11 de setembro e a Reserva Federal dos Estados Unidos da América. Ele foi lançado online livremente via Google Video em Junho de 2007. Uma versão remasterizada foi apresentada como um premiere global em 10 de novembro de 2007 no 4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards.
O filme é dividido em três seções:
* Primeira parte: "The Greatest Story Ever Told" ("A maior história já contada")
* Segunda parte: "All The World's A Stage" ("O mundo inteiro é um palco")
* Terceira parte: "Don't Mind The Men Behind The Curtain" ("Não obedeças os homens atrás da cortina")* (*em algumas versões legendadas, uma tradução equivocada deste título foi "Não te preocupes com os homens atrás da cortina")
Estrutura do filme:
Primeira Parte: The Greatest Story Ever Told
A primeira parte do filme é uma avaliação crítica do cristianismo. O filme sugere que Jesus seja um híbrido literário e astrológico e que a bíblia trata de uma miscelânea de histórias baseadas em princípios astrológicos pertencentes a civilizações antigas (Egito, especialmente). A atenção do filme se foca inicialmente no movimento do Sol e das estrelas, fato este que é uma das características das religiões "pagãs" (pré-cristãs). É então apresentada uma série de semelhanças entre a história de Cristo e a de Hórus, o "deus Sol" egípcio que partilha de todos os predicados do messias cristão. Há referência sobre o papel de Constantino na formação da Igreja e seus dogmas.
Segunda Parte: All The World's a Stage
A segunda parte do filme foca-se nos ataques de 11 de setembro de 2001. O filme sugere que o governo dos Estados Unidos tinha conhecimento destes ataques e que a queda do World Trade Center foi uma demolição controlada pelo próprio Governo norte-americano. O filme assegura que a NORAD, entidade responsável pela defesa aérea dos Estados Unidos, tinha sido propositadamente baralhada no dia dos ataques com exercícios simulados em que os Estados Unidos estavam a ser atacados por aviões seqüestrados, justamente na mesma área dos reais ataques; mostra dezenas de testemunhas e reportagems que sugere que as torres ruiram não por causa dos aviões, mas por explosões internas e sabotagem; demonstra as ligações entre a família Bush e a família Bin Laden, parceiros comerciais de longa data, entre outras teorias intrigantes e alarmantes acerca da política mundial atual.
Terceira Parte: Don't Mind The Men Behind The Curtain
A terceira parte do filme focaliza-se no sistema bancário mundial, que supostamente tem estado nas mãos de uma elite de famílias burguesas que detém o verdadeiro poder sobre todos os países a eles associados, e na sua conspiração para obter um domínio mundial total eles tem modelado toda a mídia e cometido diversos crimes, muitos deles encenações para fins ocultos. O filme denuncia que a Reserva Federal dos Estados Unidos da América foi criada para roubar a riqueza dos Estados Unidos e também demonstra, como exemplo, o lucro que foi obtido pelos bancos durante a Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Guerra do Vietnã, Iraque, Afeganistão, e a futura invasão à Venezuela para obtenção de petróleo e comércio de armamento. O filme descreve a conspiração destes banqueiros, argumentando que o objetivo deles é o controle sobre toda a raça humana através da implantação de um chip localizador e identificador através do qual todas as operações e interações humanas serão realizadas, escravizando por fim a humanidade. Estão secretamente criando um governo unificado, com exército unificado, moeda unificada, e poder unificado, e que servirá apenas aos interesses dessa elite. Segundo o filme, o aspecto mais impressionante disso tudo é que tais mudanças serão aceitas pelo próprio povo naturalmente, pois está sendo manipulado pela mídia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeitgeist,_o_Filme veja abaixo uma parte.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Boa vontade e política - Leonardo Boff
Immanuel Kant (1724-1804), o mais rigoroso pensador da ética no Ocidente moderno, fez uma afirmação de grandes conseqüências, em sua Fundamentação para uma metafísica dos costumes (1785): ''Não é possível pensar algo que, em qualquer lugar no mundo e mesmo fora dele, possa ser tido irrestritamente como bom senão a boa vontade (der gute Wille)''. Traduzindo seu difícil linguajar: a boa vontade é o único bem que é somente bom e ao qual não cabe nenhuma restrição. A boa vontade ou é só boa ou não é. Há aqui uma verdade com graves conseqüências: se a boa vontade não for a atitude prévia a tudo que pensarmos e fizermos, será impossível criar-se uma base comum a todos. Se malicio tudo, se tudo coloco sob suspeita e se não confio mais em ninguém, então será impossível construir algo que congregue a todos. Dito positivamente: só contando com a boa vontade de todos posso construir algo bom para todos. Em momentos de crise é a boa vontade o fator principal de união de todos para uma resposta que supere a crise.
Estas reflexões valem tanto para o mundo globalizado quanto para o Brasil atual. Se não houver boa vontade da grande maioria da humanidade, não vamos encontrar uma saída para a desesperadora crise social que dilacera as sociedades periféricas nem uma solução para o alarme ecológico que põe em risco o sistema Terra. No Brasil, se não contarmos com a boa vontade da grande maioria dos cidadãos, não há nada, nem governo nem a liderança carismática do presidente Lula, que seja capaz de forjar uma alternativa esperançadora para o problema Brasil.
A boa vontade é a última tábua de salvação que nos resta. A situação mundial é uma calamidade. Vivemos em permanente estado de guerra civil mundial. Não há ninguém - nem as duas Santidades, o Papa e o Dalai Lama, nem as elites intelectuais mundiais nem a tecnociência - que forneça uma chave de encaminhamento global. Abstraindo os esotéricos, que esperam soluções extraterrestres, na verdade dependemos unicamente de nós mesmos.
O Brasil reproduz, em miniatura, a dramaticidade mundial. A chaga social produzida em 500 anos de descaso com a coisa do povo significa uma sangria desatada. Nossas elites nunca pensaram uma solução para o Brasil como um todo, mas somente para si. Estão mais empenhadas em defender seus privilégios do que em garantir direitos para todos. Por isso, mal escondem o esforço de emparedar o presidente Lula para que assuma a agenda que lhes interessa e de desmoralizar a política social do governo. Contrariamente ao povo brasileiro, que sempre mostrou imensa boa vontade, as elites se negam a saldar a hipoteca de boa vontade que devem ao país.
O presidente Lula tem repetido e nisso o apoiamos: se não houver boa vontade e colaboração de todos, não será seu governo, mesmo em caso de reeleição, que equacionará o problema Brasil. A auto-estima é um apelo à boa vontade.
Se a boa vontade é assim tão decisiva, então urge suscitá-la em todos. Em momento de risco, no caso de um Titanic afundando, todos, até os exploradores, podem ajudar com sua boa vontade. No caso do Brasil: os cidadãos não devem ser lidos apenas no código dos interesses em conflito. Mas na sua capacidade de mostrar boa vontade. Em todos vigora esse capital inestimável. Se cada um, de fato, quisesse que o Brasil desse certo, com a boa vontade de todos, ele daria certo.
Leonardo Boff
Fonte: www.jbonline.com.br - http://www.cuidardoser.com.br/boa-vontade-e-politica.htm
Estas reflexões valem tanto para o mundo globalizado quanto para o Brasil atual. Se não houver boa vontade da grande maioria da humanidade, não vamos encontrar uma saída para a desesperadora crise social que dilacera as sociedades periféricas nem uma solução para o alarme ecológico que põe em risco o sistema Terra. No Brasil, se não contarmos com a boa vontade da grande maioria dos cidadãos, não há nada, nem governo nem a liderança carismática do presidente Lula, que seja capaz de forjar uma alternativa esperançadora para o problema Brasil.
A boa vontade é a última tábua de salvação que nos resta. A situação mundial é uma calamidade. Vivemos em permanente estado de guerra civil mundial. Não há ninguém - nem as duas Santidades, o Papa e o Dalai Lama, nem as elites intelectuais mundiais nem a tecnociência - que forneça uma chave de encaminhamento global. Abstraindo os esotéricos, que esperam soluções extraterrestres, na verdade dependemos unicamente de nós mesmos.
O Brasil reproduz, em miniatura, a dramaticidade mundial. A chaga social produzida em 500 anos de descaso com a coisa do povo significa uma sangria desatada. Nossas elites nunca pensaram uma solução para o Brasil como um todo, mas somente para si. Estão mais empenhadas em defender seus privilégios do que em garantir direitos para todos. Por isso, mal escondem o esforço de emparedar o presidente Lula para que assuma a agenda que lhes interessa e de desmoralizar a política social do governo. Contrariamente ao povo brasileiro, que sempre mostrou imensa boa vontade, as elites se negam a saldar a hipoteca de boa vontade que devem ao país.
O presidente Lula tem repetido e nisso o apoiamos: se não houver boa vontade e colaboração de todos, não será seu governo, mesmo em caso de reeleição, que equacionará o problema Brasil. A auto-estima é um apelo à boa vontade.
Se a boa vontade é assim tão decisiva, então urge suscitá-la em todos. Em momento de risco, no caso de um Titanic afundando, todos, até os exploradores, podem ajudar com sua boa vontade. No caso do Brasil: os cidadãos não devem ser lidos apenas no código dos interesses em conflito. Mas na sua capacidade de mostrar boa vontade. Em todos vigora esse capital inestimável. Se cada um, de fato, quisesse que o Brasil desse certo, com a boa vontade de todos, ele daria certo.
Leonardo Boff
Fonte: www.jbonline.com.br - http://www.cuidardoser.com.br/boa-vontade-e-politica.htm
Dez conselhos para os militantes de esquerda Frei Betto
1. Mantenha viva a indignação.
Verifique periodicamente se você é mesmo de esquerda. Adote o critério de Norberto Bobbio: a direita considera a desigualdade social tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda a encara como uma aberração a ser erradicada.
Cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos principais sintomas são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes.
2. A cabeça pensa onde os pés pisam.
Não dá para ser de esquerda sem "sujar" os sapatos lá onde o povo vive, luta, sofre, alegra-se e celebra suas crenças e vitórias. Teoria sem prática é fazer o jogo da direita.
3. Não se envergonhe de acreditar no socialismo.
O escândalo da Inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do Evangelho. Do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não deve induzi-lo a descartar o socialismo do horizonte da história humana.
O capitalismo, vigente há 200 anos, fracassou para a maioria da população mundial. Hoje, somos 6 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2,8 bilhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. E 1,2 bilhão, com menos de US$ 1 por dia. A globalização da miséria só não é maior graças ao socialismo chinês que, malgrado seus erros, assegura alimentação, saúde e educação a 1,2 bilhão de pessoas.
4. Seja crítico sem perder a autocrítica.
Muitos militantes de esquerda mudam de lado quando começam a catar piolho em cabeça de alfinete. Preteridos do poder, tornam-se amargos e acusam os seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como diz Jesus, vêem o cisco no olho do outro, mas não a trave no próprio olho. Nem se engajam para melhorar as coisas. Ficam como meros espectadores e juízes e, aos poucos, são cooptados pelo sistema.
Autocrítica não é só admitir os próprios erros. É admitir ser criticado pelos (as) companheiros (as).
5. Saiba a diferença entre militante e "militonto".
"Militonto" é aquele que se gaba de estar em tudo, participar de todos os eventos e movimentos, atuar em todas as frentes. Sua linguagem é repleta de chavões e os efeitos de sua ação são superficiais.
O militante aprofunda seus vínculos com o povo, estuda, reflete, medita; qualifica-se numa determinada forma e área de atuação ou atividade, valoriza os vínculos orgânicos e os projetos comunitários.
6. Seja rigoroso na ética da militância.
A esquerda age por princípios. A direita, por interesses. Um militante de esquerda pode perder tudo: a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.
Há pelegos disfarçados de militante de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca primeiro seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante, como Jesus, Gandhi, Che Guevara, é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. Ele não se confunde com a função que ocupa.
7. Alimente-se na tradição da esquerda.
É preciso oração para cultivar a fé, carinho para nutrir o amor do casal, “voltar às fontes" para manter acesa a mística da militância. Conheça a história da esquerda, leia (auto)biografias, como o "Diário do Che na Bolívia", e romances como "A Mãe", de Gorki, ou "As Vinhas de Ira", de Steinbeck.
8. Prefira o risco de errar com os pobres a ter a pretensão de acertar sem eles.
Conviver com os pobres não é fácil. Primeiro, há a tendência de idealizá-los. Depois, descobre-se que entre eles há os mesmos vícios encontrados nas demais classes sociais. Eles não são melhores nem piores que os demais seres humanos. A diferença é que são pobres, ou seja, pessoas privadas injusta e involuntariamente dos bens essenciais à vida digna. Por isso, estamos ao lado deles. Por uma questão de justiça.
Um militante de esquerda jamais negocia os direitos dos pobres e sabe aprender com eles.
9. Defenda sempre o oprimido, ainda que, aparentemente, ele não tenha razão.
São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refinada.
Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismos econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.
A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres.
10. Faça da oração um antídoto contra a alienação.
Orar é deixar-se questionar pelo Espírito de Deus. Muitas vezes, deixamos de rezar para não ouvir o apelo divino que exige a nossa conversão, isto é, a mudança de rumo na vida. Falamos como militantes e vivemos como burgueses, acomodados ou na cômoda posição de juízes de quem luta.
Orar é permitir que Deus subverta a nossa existência, ensinando-nos a amar, assim como Jesus amava, libertadoramente.
Fonte: ADITAL http://br.geocities.com/mcrost10/
Verifique periodicamente se você é mesmo de esquerda. Adote o critério de Norberto Bobbio: a direita considera a desigualdade social tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda a encara como uma aberração a ser erradicada.
Cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos principais sintomas são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes.
2. A cabeça pensa onde os pés pisam.
Não dá para ser de esquerda sem "sujar" os sapatos lá onde o povo vive, luta, sofre, alegra-se e celebra suas crenças e vitórias. Teoria sem prática é fazer o jogo da direita.
3. Não se envergonhe de acreditar no socialismo.
O escândalo da Inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do Evangelho. Do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não deve induzi-lo a descartar o socialismo do horizonte da história humana.
O capitalismo, vigente há 200 anos, fracassou para a maioria da população mundial. Hoje, somos 6 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2,8 bilhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. E 1,2 bilhão, com menos de US$ 1 por dia. A globalização da miséria só não é maior graças ao socialismo chinês que, malgrado seus erros, assegura alimentação, saúde e educação a 1,2 bilhão de pessoas.
4. Seja crítico sem perder a autocrítica.
Muitos militantes de esquerda mudam de lado quando começam a catar piolho em cabeça de alfinete. Preteridos do poder, tornam-se amargos e acusam os seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como diz Jesus, vêem o cisco no olho do outro, mas não a trave no próprio olho. Nem se engajam para melhorar as coisas. Ficam como meros espectadores e juízes e, aos poucos, são cooptados pelo sistema.
Autocrítica não é só admitir os próprios erros. É admitir ser criticado pelos (as) companheiros (as).
5. Saiba a diferença entre militante e "militonto".
"Militonto" é aquele que se gaba de estar em tudo, participar de todos os eventos e movimentos, atuar em todas as frentes. Sua linguagem é repleta de chavões e os efeitos de sua ação são superficiais.
O militante aprofunda seus vínculos com o povo, estuda, reflete, medita; qualifica-se numa determinada forma e área de atuação ou atividade, valoriza os vínculos orgânicos e os projetos comunitários.
6. Seja rigoroso na ética da militância.
A esquerda age por princípios. A direita, por interesses. Um militante de esquerda pode perder tudo: a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.
Há pelegos disfarçados de militante de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca primeiro seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante, como Jesus, Gandhi, Che Guevara, é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. Ele não se confunde com a função que ocupa.
7. Alimente-se na tradição da esquerda.
É preciso oração para cultivar a fé, carinho para nutrir o amor do casal, “voltar às fontes" para manter acesa a mística da militância. Conheça a história da esquerda, leia (auto)biografias, como o "Diário do Che na Bolívia", e romances como "A Mãe", de Gorki, ou "As Vinhas de Ira", de Steinbeck.
8. Prefira o risco de errar com os pobres a ter a pretensão de acertar sem eles.
Conviver com os pobres não é fácil. Primeiro, há a tendência de idealizá-los. Depois, descobre-se que entre eles há os mesmos vícios encontrados nas demais classes sociais. Eles não são melhores nem piores que os demais seres humanos. A diferença é que são pobres, ou seja, pessoas privadas injusta e involuntariamente dos bens essenciais à vida digna. Por isso, estamos ao lado deles. Por uma questão de justiça.
Um militante de esquerda jamais negocia os direitos dos pobres e sabe aprender com eles.
9. Defenda sempre o oprimido, ainda que, aparentemente, ele não tenha razão.
São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refinada.
Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismos econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.
A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres.
10. Faça da oração um antídoto contra a alienação.
Orar é deixar-se questionar pelo Espírito de Deus. Muitas vezes, deixamos de rezar para não ouvir o apelo divino que exige a nossa conversão, isto é, a mudança de rumo na vida. Falamos como militantes e vivemos como burgueses, acomodados ou na cômoda posição de juízes de quem luta.
Orar é permitir que Deus subverta a nossa existência, ensinando-nos a amar, assim como Jesus amava, libertadoramente.
Fonte: ADITAL http://br.geocities.com/mcrost10/
4 faixas com Geraldo Amâncio
Geraldo Amâncio e Valdir Teles
Destaco a primeira faixa acima citada.
Sempre fui o poeta mais perfeito
O primeiro aclamado pelo mundo
Já pensaram em fazer um segundo
Já quiseram clonar, não teve jeito
Inclusive na fôrma que eu fui feito
Só meu pai aprendeu a fabricar
E disse à mãe que escondesse num lugar
Pra ninguem copiar nem aprender
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
Nesse nosso planeta tudo passa
Para um gênio nascer Deus interfere
Pode ser que outro Senna ainda se gere
Pra correr Fórmula Um e ganhar taça
E que outro Pelé ainda nasça
Pra ser número um onde jogar
Eu duvido é no verso popular
Outro Amâncio cantando aparecer
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
Outro dia um cientista pesquisou
Pra fazer que de mim chegue mais perto
Quis fazer um de barro não deu certo
Quis fazer um de osso não prestou
Disse ele: falar com Deus eu vou
Pra poder um poeta eu inventar
Deus sabendo o que ele ia falar
Disse logo: desista de fazer!
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
(Geraldo Amâncio)
Quem quer baixar? Postado por cantoriasecordeis
http://cantoriasecordeis.blogspot.com/2008_01_01_archive.html
Destaco a primeira faixa acima citada.
Sempre fui o poeta mais perfeito
O primeiro aclamado pelo mundo
Já pensaram em fazer um segundo
Já quiseram clonar, não teve jeito
Inclusive na fôrma que eu fui feito
Só meu pai aprendeu a fabricar
E disse à mãe que escondesse num lugar
Pra ninguem copiar nem aprender
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
Nesse nosso planeta tudo passa
Para um gênio nascer Deus interfere
Pode ser que outro Senna ainda se gere
Pra correr Fórmula Um e ganhar taça
E que outro Pelé ainda nasça
Pra ser número um onde jogar
Eu duvido é no verso popular
Outro Amâncio cantando aparecer
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
Outro dia um cientista pesquisou
Pra fazer que de mim chegue mais perto
Quis fazer um de barro não deu certo
Quis fazer um de osso não prestou
Disse ele: falar com Deus eu vou
Pra poder um poeta eu inventar
Deus sabendo o que ele ia falar
Disse logo: desista de fazer!
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
(Geraldo Amâncio)
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sábado, 7 de março de 2009
CARTA
Bem quisera escrevê-la
com palavras sabidas,
as mesmas, triviais,
embora estremecessem
a um toque de paixão.
Perfurando os obscuros
canais de argila e sombra,
ela iria contando
que vou bem, e amo sempre
e amo cada vez mais
a essa minha maneira
torcida e reticente,
e espero uma resposta,
mas que não tarde; e peço
um objeto minúsculo
só para dar prazer
a quem pode ofertá-lo;
diria ela do tempo
que faz do nosso lado
as chuvas já secaram,
as crianças estudam,
uma última invenção
(inda não é perfeita)
faz ler nos corações,
mas todos esperamos
rever-nos bem depressa.
Muito depressa, não.
Vai-se tornando tempo
estranhamente longo
à medida que encurta.
O que ontem disparava,
desbordado alazão,
hoje se paralisa
em esfinge de mármore,
e até o sono, o sono
que era grato e era absurdo
é um dormir acordado
numa planície grave.
Rápido é o sonho, apenas,
que se vai, de mandar
notícias amorosas
quando não há amor
a dar ou receber;
quando só há lembrança
ainda menos, pó,
menos ainda, nada,
nada de nada em tudo,
em mim mais do que em tudo,
e não vale acordar
quem acaso repousa
na colina sem árvores.
Contudo, esta é uma carta.
Carlos Drummond de Andrade
Antologia Poética
Rio de Janeiro / São Paulo, Editora Record, 1999
com palavras sabidas,
as mesmas, triviais,
embora estremecessem
a um toque de paixão.
Perfurando os obscuros
canais de argila e sombra,
ela iria contando
que vou bem, e amo sempre
e amo cada vez mais
a essa minha maneira
torcida e reticente,
e espero uma resposta,
mas que não tarde; e peço
um objeto minúsculo
só para dar prazer
a quem pode ofertá-lo;
diria ela do tempo
que faz do nosso lado
as chuvas já secaram,
as crianças estudam,
uma última invenção
(inda não é perfeita)
faz ler nos corações,
mas todos esperamos
rever-nos bem depressa.
Muito depressa, não.
Vai-se tornando tempo
estranhamente longo
à medida que encurta.
O que ontem disparava,
desbordado alazão,
hoje se paralisa
em esfinge de mármore,
e até o sono, o sono
que era grato e era absurdo
é um dormir acordado
numa planície grave.
Rápido é o sonho, apenas,
que se vai, de mandar
notícias amorosas
quando não há amor
a dar ou receber;
quando só há lembrança
ainda menos, pó,
menos ainda, nada,
nada de nada em tudo,
em mim mais do que em tudo,
e não vale acordar
quem acaso repousa
na colina sem árvores.
Contudo, esta é uma carta.
Carlos Drummond de Andrade
Antologia Poética
Rio de Janeiro / São Paulo, Editora Record, 1999
Carlos Drummond de Andrade
Ao Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
O boi zebu e as formigas
Um boi zebu certa vez
Moiadinho de suó,
Querem saber o que ele fez
Temendo o calor do só
Entendeu de demorá
E uns minuto cuchilá
Na sombra de um juazêro
Que havia dentro da mata
E firmou as quatro pata
Em riba de um formiguêro.
Já se sabe que a formiga
Cumpre a sua obrigação,
Uma com outra não briga
Veve em perfeita união
Paciente trabaiando
Suas foia carregando
Um grande inzempro revela
Naquele seu vai e vem
E não mexe com mais ninguém
Se ninguém mexe com ela.
Por isso com a chegada
Daquele grande animá
Todas ficaro zangada,
Começou a se açanhá
E foro se reunindo
Nas pernas do boi subindo,
Constantemente a subi,
Mas tão devagá andava
Que no começo não dava
Pra de nada senti.
Mas porém como a formiga
Em todo canto se soca,
Dos casco até a barriga
Começou a frivioca
E no corpo se espaiado
O zebu foi se zangando
E os cascos no chão batia
Ma porém não miorava,
Quanto mais coice ele dava
Mais formiga aparecia.
Com essa formigaria
Tudo picando sem dó,
O lombo do boi ardia
Mais do que na luz do só
E ele zangado as patada,
Mais força incorporava,
O zebu não tava bem,
Quando ele matava cem,
Chegava mais de quinhenta.
Com a feição de guerrêra
Uma formiga animada
Gritou para as companhêra:
Vamo minhas camarada
Acaba com os capricho
Deste ignorante bicho
Com a nossa força comum
Defendendo o formiguêro
Nos somos muitos miêro
E este zebu é só um.
Tanta formiga chegou
Que a terra ali ficou cheia
Formiga de toda cô
Preta, amarela e vermêa
No boi zebu se espaiando
Cutucando e pinicando
Aqui e ali tinha um moio
E ele com grande fadiga
Pruquê já tinha formiga
Até por dentro dos óio.
Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiga inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Contra a farta de respeito
Cada um tem seu direito
Até nas leis da natura.
As formiga a defendê
Sua casa, o formiguêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nessa lição
Quanto pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu qué dizê
Que é os mandão do podê,
E as formiga é o povo.
Do livro Ispinho e Fulô – Patativa do Assaré
Moiadinho de suó,
Querem saber o que ele fez
Temendo o calor do só
Entendeu de demorá
E uns minuto cuchilá
Na sombra de um juazêro
Que havia dentro da mata
E firmou as quatro pata
Em riba de um formiguêro.
Já se sabe que a formiga
Cumpre a sua obrigação,
Uma com outra não briga
Veve em perfeita união
Paciente trabaiando
Suas foia carregando
Um grande inzempro revela
Naquele seu vai e vem
E não mexe com mais ninguém
Se ninguém mexe com ela.
Por isso com a chegada
Daquele grande animá
Todas ficaro zangada,
Começou a se açanhá
E foro se reunindo
Nas pernas do boi subindo,
Constantemente a subi,
Mas tão devagá andava
Que no começo não dava
Pra de nada senti.
Mas porém como a formiga
Em todo canto se soca,
Dos casco até a barriga
Começou a frivioca
E no corpo se espaiado
O zebu foi se zangando
E os cascos no chão batia
Ma porém não miorava,
Quanto mais coice ele dava
Mais formiga aparecia.
Com essa formigaria
Tudo picando sem dó,
O lombo do boi ardia
Mais do que na luz do só
E ele zangado as patada,
Mais força incorporava,
O zebu não tava bem,
Quando ele matava cem,
Chegava mais de quinhenta.
Com a feição de guerrêra
Uma formiga animada
Gritou para as companhêra:
Vamo minhas camarada
Acaba com os capricho
Deste ignorante bicho
Com a nossa força comum
Defendendo o formiguêro
Nos somos muitos miêro
E este zebu é só um.
Tanta formiga chegou
Que a terra ali ficou cheia
Formiga de toda cô
Preta, amarela e vermêa
No boi zebu se espaiando
Cutucando e pinicando
Aqui e ali tinha um moio
E ele com grande fadiga
Pruquê já tinha formiga
Até por dentro dos óio.
Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiga inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Contra a farta de respeito
Cada um tem seu direito
Até nas leis da natura.
As formiga a defendê
Sua casa, o formiguêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nessa lição
Quanto pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu qué dizê
Que é os mandão do podê,
E as formiga é o povo.
Do livro Ispinho e Fulô – Patativa do Assaré
DESTINO - Maria Braga Horta
O destino… Quem sabe o que é o destino?
Será um deus, um carrasco? ou, indiferente,
deixa em nós qualquer cousa de divino
ou nos crucia dolorosamente?
Quem sabe o que é o destino? É independente
ou escravo fiel, bom ou ferino?
Imutável, temível, inclemente…
ou apenas um nome? O que é destino?
Será destino a gente fazer versos?
Será destino o impulso ardente-e-doce
de cantarmos, embora em dor imersos?
Será destino amar? Seja o que for!
Para mim é destino a mão que o trouxe
do fim do mundo para o nosso amor!
Manhumirim, 1931
Será um deus, um carrasco? ou, indiferente,
deixa em nós qualquer cousa de divino
ou nos crucia dolorosamente?
Quem sabe o que é o destino? É independente
ou escravo fiel, bom ou ferino?
Imutável, temível, inclemente…
ou apenas um nome? O que é destino?
Será destino a gente fazer versos?
Será destino o impulso ardente-e-doce
de cantarmos, embora em dor imersos?
Será destino amar? Seja o que for!
Para mim é destino a mão que o trouxe
do fim do mundo para o nosso amor!
Manhumirim, 1931
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